sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O papel da imprensa nas Eleições 2010



Acabo de ler uma colunista da Folha de S. Paulo criticando a posição de seus leitores em relação à mídia nessa corrida eleitoral. Sou estudante de jornalismo e leitora, então acho que posso falar a respeito disso.

Hoje, sabemos que não existe mais imprensa imparcial, se é que um dia já existiu. Não adianta tentarmos nos enganar, veículos de comunicação são feitos por pessoas cheias de opiniões e defeitos, que têm suas posições, e isso acaba por interferir no que é colocado no veículo. Eu não condeno jornais por serem parciais, o que acho errado é a negação dessa parcialidade, a imprensa afirma de pé junto que não tem posições políticas, mas ela está enganando apenas a si mesma, o povo sempre encontra algo para contradizer isso e colocar os jornalistas em maus lençóis. Então, melhor mesmo é assumir.

Com essa disputa ridícula que caracterizou as eleições presidenciais, população e mídia foram colocadas uma contra a outra por candidatos e eleitores que ficaram irritados com denúncias nos jornais. Então, na internet, surgem mais denúncias, porém, de leitores contra a imprensa: são e-mails, tweetts e textos em blogs que deixam qualquer um horrorizado. As Eleições 2010 conseguiram causar uma guerrinha entre povo e jornalistas. Minha opinião é a seguinte: a imprensa faz denúncias com base em informações que tem e essas são conseguidas através de fontes, que devem ser confiáveis. A imprensa não inventa fatos, se foi divulgado, é porque a notícia chegou até a redação de alguma forma, ela não foi criada dentro do departamento de jornalismo. Isso é básico, primeira coisa que todo estudante de jornalismo aprende na faculdade. O que eu não sei é se essas informações estão realmente sendo coletadas de fontes CONFIÁVEIS, talvez jornalistas devessem ser mais criteriosos e optar por qualidade ao invés de instantaneidade.



A manipulação existe?
Sim, e foi descoberta pelo povo, que está puto da vida. Jornalistas não estão mais conseguindo ser sutis e acabam por contradizer a posição de ‘sem posição’ dos veículos para onde trabalham.

Se eu acho isso errado?
Acho. Não sou contra o partidarismo dos jornais, desde que seja assumido, assim como disse acima, mas eu ainda preferiria um veículo que fosse QUASE neutro, independente de política, um jornal alternativo, sem opiniões, sem colunistas políticos, que apenas informasse fatos que acontecem. É querer demais, não é? Mas a gente pode sonhar também. Acho ridículo jornais que se vendem para partidos políticos e fazem capas ofensivas a candidatos (não importa qual seja, fodam-se os atuais, não defendo nenhum), tentando não deixar isso transparecer, através de ‘mensagens subliminares’, isso é ridículo, ridículo (como diria um amigo meu)!

A solução é controlar a mídia?
Claro que não! A mídia jamais deve ser controlada pelo governo, isso é absurdo! Nada de ‘órgão regulamentador’. Acredito que cada jornal deve se auto-regulamentar, cada veículo deve ter um controle de suas matérias, editores devem ser mais criteriosos, mais críticos, não precisam de órgãos governamentais para isso.


No fim das contas, estamos todos sendo prejudicados por uma politicagem, na qual candidatos são inimigos, eleitos são ladrões, povo é enganado e mídia é comprada.

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